Segundo dia: horizontes abertos, da Ruta 40 a Villa Pehuenia

Devidamente abastecido e sem gastar muito em combustível, parti novamente rumo norte pela Ruta 40 em direção a Junin de Los Andes. Aqui a paisagem novamente mudou. Desta vez foram longos trechos de estrada de asfalto, praticamente desertas. Longas retas com quase nada ao redor. Exceto por alguns rios e fazendas de gado, não havia nada. Porém, após Junin de Los Andes, o trajeto indicado era pela Ruta 23 que estava praticamente toda em obras. Todo o trajeto sobre cascalho e chão batido. E para aumentar a emoção, em alguns trechos, havia obras com um grande volume de tráfego de caminhões pesados. “Una polvadera de los infiernos” ou uma poeira infernal como dizem eles, cobriu-me em quase todo o trajeto até chegar em Aluminé, onde parei para almoçar. Tive sorte do povoado possuir um pequeno restaurante à beira da estrada, onde os clientes olharam com muita curiosidade aquele motociclista empoeirado pedir “el prato del dia”.

Depois de um bifão à milanesa com batatas fritas, abasteci a moto e segui em diante conforme meu mapa apontava. Novamente, o trajeto foi 100% em estradas de rípio; mas desta vez segui por uma estrada sem movimento, em direção ao Lago Pulmari. Novamente devo ter pilotado por mais de 100 km por uma estrada onde não havia absolutamente ninguém. Nem um outro veículo passando por mim indo ou vindo. Eventualmente uma ou outra casa de fazenda; fechada e com um ar de abandono. Isso continuou assim até que eu chegasse no Lago Ñorquincó e depois no Lago Moquehue, onde haviam algumas casas de veraneio; mas com pouquíssimo movimento. E assim segui pelo rípio, entre montanhas, até chegar numa cidadezinha chamada Villa Pehuenia.

Ali também fiquei absolutamente surpreso com o visual e com a paisagem. A cidade é muito pequena. Para chegar lá, só em estradas de rípio, pois não há ligação asfáltica com o resto da região. Villa Pehuenia fica às margens do Lago Aluminé e os hotéis numa península situada no lago. Minha hospedagem foi realizada num hotel muito peculiar e confortável, cuja construção em toras de madeira era uma atração à parte, com uma vista estupenda do lago. Mas como era o dia de folga dos funcionários, o restaurante do hotel estava fechado. Acabei  encomendando um prato delicioso de massas de um restaurante próximo, que foi devidamente degustado com uma boa garrafa de vinho tinto produzido na região.

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