Sexto dia: os tesouros de La Angostura

O pessoal da MRP ficou muito satisfeito em saber que tudo havia transcorrido bem com o passeio e entenderam perfeitamente a minha preocupação a respeito do retorno para La Angostura e a partida no voo em Bariloche.  Após esse episódio, eles passaram a sugerir para os moto-aventureiros que retornem para o ponto de partida com no mínimo um dia de antecedência da data do voo em Bariloche, para evitar quaisquer contratempos que possam ocasionar a perda do horário do voo.

Como eu fiquei com um dia livre, eles ofereceram-me como cortesia uma diária na locação da Tenere 250. Eu gentilmente agradeci e declinei a oferta. Mas eles foram insistentes e sugeriram que eu não poderia deixar de conhecer mais três lugares ali próximos: Puerto Angostura, Puerto Manzano e Cerro Bayo.

Os dois primeiros estão localizados na Bahia San Patricio, no Lago Nahuel Huapi, praticamente ao lado de Villa la Angostura. São bairros muito elegantes, com casas de luxo e um visual de tirar o fôlego!

Já o Cerro Bayo é uma montanha muito conhecida pelos praticantes de esportes de inverno e que, no verão, oferece trilhas muito bonitas dentro da floresta. E numa dessas trilhas está a Cascata do Rio Bonito, uma enorme queda d’água coberta pela floresta, que pode ser vista a partir de um mirante muito próximo da estrada. Vale a pena a visita!

Ao final do dia fiz a entrega da Tenere 250 para a Moto Rent Patagonia. Eles revisaram a moto e – constatado que estava tudo ok – ela já foi para a revisão e ducha, para estar disponível no dia seguinte para outro aventureiro.

E eu aproveitei meu último dia em Villa La Angostura para fazer algumas compras, em especial de vinhos e alguns perfumes, aproveitando os preços ótimos e o câmbio muito favorável para os brasileiros. As compras foram seguidas de um delicioso “Ojo de Bife”, o nosso entrecôte, assado no estilo argentino, acompanhado por um ótimo “tinto mendocino” (vinho de Mendoza). 

Nesse momento, eu aproveitei também para fazer as contas e uma avaliação do meu passeio de moto pelos Andes. Minhas observações:

– Alugar uma moto lá na Patagônia em vez de ir pilotando minha própria moto teve muitas vantagens. Primeiro, economia de dinheiro. O que eu gastaria em combustível, pedágio, hospedagem, alimentação e manutenção da moto para ir e voltar até lá, foi amplamente compensando pelo custo acessível da passagem aérea e da locação.  E de quebra a Aerolineas Argentinas parcela o bilhete aéreo em 12x no cartão, sem juros.

– Economia de tempo. Gastar quatro dias para ir, mais quatro dias para voltar, e o tempo de 7 dias para passear, se somados excederiam meu tempo disponível. Assim, eu aproveitei tudo e no final das contas só fiquei fora cinco dias úteis. Este é um tipo de passeio ideal para quem deseja curtir muito mas tem pouco tempo disponível.

– Muito menos desgastante fisicamente, pois em apenas algumas horas eu já estava lá no destino final (que é o que realmente me interessava aproveitar), prontinho e cheio de vontade de passear.

– A moto era nova, perfeita, revisada e com estrutura de apoio. Caso houvesse algum problema, o pessoal da Moto Rent Patagonia iria consertar ou fazer a substituição). Também fiquei sabendo que quando o pessoal viaja em pequenos grupos, eles colocam guia e veículo de apoio à disposição sem custos.

– Todos os trâmites de documentação e seguro cobertos durante o passeio, o que facilitou muito principalmente na burocracia de alfândega e aduana. Não houve perda de tempo.

– Segurança. Todo o roteiro foi desenvolvido por motociclistas para motociclistas. Não corri o risco de me meter numa roubada. *Exceto quando “me perdi como um homem deve ser perder”; sem GPS e sem perguntar (risos).

– Custos extremamente acessíveis. Chegar ao final de um dia de pilotagem e ao encher o tanque por apenas R$ 25,00 e tomar uma garrafa de vinho Reserva por R$ 22,00 é realmente imbatível.

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